
Por outro lado, Don De Young conjectura que talvez haja um número infinito de estrelas — "Que maneira excelente para o Criador mostrar Sua glória!"[2]
Em primeiro lugar, deixe-me esclarecer que eu não creio que o argumento de Geisler seja convincente. Certamente, devemos reconhecer que não pode haver outro Ser que seja infinito no mesmo sentido em que a infinitude é atribuída a Deus, com todas as conotações de perfeição, liberdade, irrestringibilidade. Mas não me parece claro, contudo, que isso necessariamente elimina a existência de entidades que incorporem uma limitada forma de infinitude. Por exemplo, se Deus existe eternamente no tempo, então tanto Deus quanto o tempo são infinitos, no sentido de não terem restrições temporais. Tal coisa não envolve contradições. Não poderia o mesmo ser aplicado a Deus e espaço, de que Deus e espaço sejam ambos ilimitados. Além disso, indo até ao ponto de que o espaço espiritual de Deus transcende o espaço tridimensional do homem, mesmo um universo tridimensional infinito poderia ainda ser meramente um subespaço de um muito mais amplo espaço multidimensional.
Haveria alguma indicação bíblica de que o nosso mundo físico é infinito no espaço? Textos tais como "Como não se pode contar o exército do céu, nem medir-se a areia do mar, assim multiplicarei a descendência de Davi" (Jeremias 33:22), embora referindo - se a "incontáveis estrelas", claramente significa apenas que "são em número muito grande", grande demais para que os homens possam contar, assim como a areia do mar e a descendência de Davi são ambos finitos.
Textos bíblicos tais como "Conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes" (Salmos 147:4), parecem apontar para um número finito. Pois, se assim não o fosse, como poderia um número infinito de estrelas ter todas elas os seus nomes? Além disso, o propósito das estrelas é alumiar a terra, e servir de sinais e de estações (Gênesis 1:14- 18). Isso sugere que, para cumprir tal mandato, estrela alguma poderia estar infinitamente distante da terra.
Finalmente, como acima notamos, o fato do "abismo" em Génesis, capítulo 1, ter uma face ou superfície implica que, pelo menos no primeiro dia, o universo material era finito, contido dentro de um espaço maior. Presumivelmente a matéria continuaria sendo finita e restrita depois da criação do firmamento e separação das águas no segundo dia, embora isso dependa de certo modo em como "o firmamento" é interpretado, particularmente quando estrelas são postas no firmamento no quarto dia.
No geral, eu concluo que as evidências bíblicas pendem em favor de um universo físico finito, talvez imerso num espaço infinito. É claro que, na prática, esta questão é largamente académica, pois, do ponto de vista observacional, nós nunca poderemos distinguir entre um universo infinitamente grande e um meramente maior do que a porção observável.
Sobre o autor: John Byl é Professor de Matemática e Diretor do Departamento de Ciências Matemáticas na Trinity Western University, Langley, British Colômbia, Canadá. Ele obteve seu Ph. D. em astronomia na University of British Colômbia e é autor de muitos ensaios já publicados.
Fonte: Deus e o Cosmos, John Byl, Editora PES, p. 259-261. _________________________________________________
1 Knowing the Truth Abont Creation, Ann Arbour: Servant Books. 1989. p.9.
2 Astronomy and the Bible. Grand Rapids: Baker Book House. 1989. p.57.
Artigo retirado do site: http://www.monergismo.com/
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